WAKOBORÜN: AS MULHERES GUERREIRAS
IDEIA REGISTRADA NA FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL
ETAPA: PRODUÇÃO
Direção: Cleu Munduruku & Patrick Granja
Duração prevista: 90min
Produção Executiva: Juliana Guajajara, Kaliman Chiappini, Ana Beatriz Salgado & Jason O’hara
Tags: Direitos Humanos, Amazônia, Meio Ambiente
“Wakoborün: As Mulheres Guerreiras” é um documentário longa-metragem que mostra a vida de uma família de mulheres indígenas do Povo Munduruku de três diferentes gerações, mãe e filhas; conhecidas pela defesa intransigente de seu território da sanha de garimpeiros ilegais. Elas vivem na Terra Indígena Munduruku, no sudoeste do estado do Pará, região assolada desde 2016 pela ação de garimpeiros ilegais.
CLEU é diretora e personagem principal da trama e, assim como sua mãe Isaura, ela vive em Jacareacanga, muito próxima das regiões de conflito entre indígenas e garimpeiros. A visão dela do problema etnoambiental é a espinha dorsal do filme. Em seus primeiros momentos, o filme a segue de maneira discreta, em sua busca por evidências da presença de garimpeiros dentro do território indígenas.
Ela usa o drone para ter visão aérea das áreas impactadas. O
medo é constante, pois são grandes as possibilidades de
garimpeiros estarem monitorando seus movimentos. Na
margem do Rio Kabitutu, garimpeiros observam Cleu passando
na voadeira. Destemida, ela saca o celular e filma os criminosos
na margem do Rio. Cleu conta com a o apoio da mãe, Cacica Isaura; e de sua irmã mais velha, a líder indígena e estudante de direito, Maria Leusa Munduruku.
Isaura é a matriarca e vive na Aldeia Fazenda Tapajós, às margens do Rio de mesmo nome. Em janeiro de 2021, a Aldeia foi invadida e saqueada por garimpeiros. Indígenas foram torturados, pois os saqueadores buscavam por Maria Leusa, filha mais velha de Isaura, mas ela não estava no local. Ela é líder da Associação Wakoborün das Mulheres Munduruku e desde 2016 denuncia a presença ostensiva de garimpeiros na região.
Em todo o curso do Rio, a presença do garimpo ilegal nas terras do Povo Munduruku é uma bomba relógio. No Alto Tapajós, a situação é ainda mais grave. Por conta da distância de portos, aeroportos e cidades grandes, pouquíssimos pesquisadores, jornalistas ou cineastas vão ao local.
As três principais personagens do filme são mulheres de uma mesma família e gerações distintas. Essa é uma característica que enaltece a resiliência das mulheres Munduruku, integrantes de uma sociedade historicamente patriarcal, que tomaram as rédeas de uma luta mortal contra o garimpo ilegal.
Os povos indígenas e seus territórios estão em iminente ameaça em todo o país e a relevância de sua cultura e ancestralidade há tempos não é tão questionada pelo público em geral. O negacionismo ambiental e o crescente racismo contra esses povos faz do nosso projeto uma importante iniciativa de resgate dessa cultura e sensibilização da população para os impactos ambientais do garimpo ilegal na Amazônia.